Atalaia
(ou, para não dizer que não falei de Aracaju)
Há
entre o azul e o outro tom que ondula mais abaixo um muro e só
Um
muro erguido de água, sal e visão
Um
salto de olhar que longe vê ilusões de mar alto
Sobressalto
anoitecendo luas
Clareando
olhares admirados de mar entre as cores que abismam paredões
No
olhar requebros escorrem pelo canto da boca entre uma e outra loira
São
morenas, brancas, pretas em desfile e desvario de banhos, moças roliças suando
sabores de gestos multicores entre o azul e o outro som dos pássaros que espiam
e tudo o que há é olhar e solidão contra o fundo de areia que pisas no mesmo
instante em que brumas róseas te surpreendem desenhando verões
E
dentro do outro tom de ondas caleidoscópicas guardam-se peixes, baleias e
sereias de eras pretendidas pelo tato de quem se perde feliz num tempo de
imensidão aquista às vistas de quem se enovela à tarde erguida de água e olhar
De
tanto olhar torno-me elemento na tela
Na
tela de tanto mar.