Ouçam de Santana um oitenta e quatro arpejado num clássico de canhoto
faminto;
Xangô gregoriano auscultado nas fábulas do bares.
Ouçam o latido do cão danado que em silêncio ateia fogo ao colosso de
Orwell e nas magias do municipal vigiado a cada drama.
Ouçam todos os detalhes de sua composição sonoro-arquitetônica, que
vibra em todos os nomes da face do homem que Wagner chamou Parsifal.
Ouçam o capanga da arte que se move magro entre árvores de sombras
desmaiadas,
por entre descendências bêbadas que conspiram versos e sons, enquanto o
instinto espia o silêncio.
Ouçam de Santana as óperas imaginadas e tão docemente irradiadas pelos
olhos do
cão amigo
Xangô
Parsifal.
Tela de Jean Delville: "Parsifal"
2 comentários:
Fiquei buscando na mente aquele Parsifal afastado das agruras do mundo por sua mãe. Aqui, teus signos nos deslocam para outros lugares. Bravo, querido!
Boa semana abraço Lisette.
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