
Tão pouco do abraço fica contra a luz das vitrines, tão pouco da gente nos carros que voando passam sem sentir o que imaginamos depois das portas abertas e da cena mal dirigida. Você atenta e nem aí para o meu amor, eu nem aí para o seu corte de cabelo meio punk e uma tatuagem estranha logo de cara no antebraço. Depois um sanduíche, novos diálogos (tão antigos) escritos ainda ontem, coca-cola que é sempre como sentir-se vivo em qualquer parte do mundo, mesmo tendo essa cor tão preta, parece piche[1], mesmo que não voltemos à cena, que nos percamos em pequenos fragmentos de estrelas e então uma porção de fritas agora que é quase noite e uma cerveja já não faz diferença, mas também não nos aproxima mais que um copo e mais outro noite adentro discutindo as melhores tomadas, e pouco depois já dia clareando por sobre os ombros é que te vejo tão bonita noite em claro e te abraço desejando bom dia pensando que talvez as vitrines retenham o reflexo da minha paixão. Desço a rua triste cansado moro perto ando a pé você tão longe manobra ré primeira segunda e some à direita tão na minha CONTRAMÃO.

[1] Alusão a um verso do poema Mural 79 de Edson Eugênio dos Santos
7 comentários:
A cada frame, um sentimento busca abrigo nos mistérios. Qual gosto terá nossos mais íntimos segredos?
Abração, Sérgio!
Uma correção de perfeccionista, meu caro: qual gosto terão nossos mais íntimos segredos?
Abração
"Eu te vejo sumir por aí/Já avisei que a cidade é um vão/Na tua mão..." (Vitrines - Chico Buarque)
Grande abraço!
Olá Sérgio
...
Passos nas pa l a v r a s… a distancia… que o c o r ação ignora nas frases…
em silêncio o grito nevado em noite de luar…
nocturno o dia amanhece e cai no mar…
como se se perdesse..numa onda esquecida de espraiar….
…
Imenso beijinho
Bom vamos a ver se é desta. É que depois do pc vir da oficina, só por aqui andei umas horitas e foi-se a internet. Ou seja, primeiro tinha internet não tinha pc, e depois vice-versa. Como isto é um casal muito unido um não faz nada sem o outro e daí que eu tenha desaparecido de novo.
Texto excelente. às vezes parece que todos andamos ao contrario do que desejamos.
Um abraço
...e esse rapaz que se esquece de mim...nada a fazer, muito menos a pedir...por que será? Fica o mistério
Ao contrário de tudo para onde vou... mas na exata dimensão dos meus sentimentos.
Lindo, Sérgio!
Eu te pago um café, e vc volta com um capuccino. Pode?
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