domingo, 28 de agosto de 2011

Onde nascem as almas (?)

Ah! É só o sol que meio jazzístico adormece entrincheirado na profusão de concreto e deixa que o acorde se prolongue entre um remelexo de menina que se aproxima e a distância dos tons pastéis de um tempo mágico no qual não havia despedida. Fecho os olhos para que o ar serpenteie na varanda entre as rendas portuguesas e os lilases das malvas e ouço o outro lado do disco, uma canção que sempre me deixa em suspenso como a uma marionete que insiste em chamar para dançar quem tem olhos de retrós. Mais tarde, pouco depois dos minutos que precedem as almas, adormeço. São elas que nos levam pela aventura do sono e revolvem nossos sonhos como terra pronta para a semeadura. Deixo-me sonhar e reviro-me entranhado, acordo na imensidão do dia, viro o disco e deixo tudo recomeçar.  

3 comentários:

Anônimo disse...

A preguiça do calor do sol, um som que nos leva para lembranças boas, sonhos que nos aquecem... e tudo volta de novo, o calor do sol, o som, o sonho... Uma roda viva deliciosa. :)

Elvira Carvalho disse...

Excelente texto. Gostei dessa das rendas portuguesas... Seriam bilros?
Claro que estou a brincar.
Um abraço e uma boa semana

ONG ALERTA disse...

A vida é um sonho, abraço Lisette.

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