domingo, 31 de julho de 2011

Eu, o outro

Sou alguém que se pensa como tal, mas pensado por outro sou diferente; aí sou o outro e eu não sou mais. Não ocupo no outro a mesma importância que me dou, nem apreendo do outro, especulações a meu próprio respeito. No outro sou outro alguém diferente daquele que me penso. Vejo-me a partir de mim; este que se vê é o outro. No outro apenas estou. Estar no outro é, obviamente, passageiro, no entanto, ser em si também o é, pois, somos no tempo. O tempo de um nos arremedos do outro, ou o próprio tempo um arremedo de todos? E apesar disso sou eu quem se diz o outro quando converso com alguém, quando caminho, lado a lado, quando amo e mesmo quando contrariado, eu e o outro nos percorremos distintos e enovelados. E sou eu, apenas e tão somente eu, diferente e tão igual porque outro.

6 comentários:

Vera Basile disse...

Voce é tão vc, que é difícil de imaginar vc em outro..rs. Óbvio q a gnt se vê e se reconhece através do outro, mas vc Sergio...é único! Bjoos

Vera Basile disse...

Ah....esqueci: essa imagem diz tanto!

Anônimo disse...

Concordo! Priincipalmente quando você escreve um conto, constrói um personagem, tem que ver através dele e ao mesmo tempo não ser ele. Então, uma hora, você tem exatamente essa percepção de que uma hora você mesmo, vez ou outra é personagem de sua própria vida, e se enxerga com outros olhos, como se sua vida fosse mais um conto.
Gostei!

Elvira Carvalho disse...

Um pouco confuso não? Mas pensando bem o que é um ser humano senão um monte de confusões?
Um abraço

Vanuza Pantaleão disse...

O eu dividido seria um sintoma grave para a medicina psiquiátrica clássica. A não ser para Jung, os artistas e poetas.
Amigo, um ótimo final de semana!!!Bjsss

Anônimo disse...

Só agora eu vi um dos links que você colocou lá embaixo! Você andou passeando por lá! :) Espero que tenha gostado - porque eu adoro quando as pessoas passeiam por lá.

Beijos

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