domingo, 21 de março de 2010

Sonhariam os hippies nos quintais?

Então saíamos por um mundo aquariano com sorrisos abertos e passos incertos. Coreografávamos nossos rumos com a estupefação dos vizinhos e os jardins em tons trepidantes pareciam florir em nossos olhos de um abrir e fechar de rosas e açucenas, margaridas e malvas tão pequenas surgidas sempre que nos percebiam sorrir. Era um cortejo entre alucinado e carnavalesco, e mesmo que um e outro se confundissem alucinávamos transeuntes e voávamos por sobre os temporais avessos a estes feudos matinais. Preferíamos a profundidade das madrugadas fiadas sorvidas inteiras na esquina das meninas e dos meninos queridos, queríamos mesmo a cachaça barata durante as horas mais fartas quem sabe uma letargia mais franca, um sentimento de que a morte espreitasse dos guetos como é costume entre os mais queridos e desassistidos e corríamos dali como quem corre para os braços de um grande amor idealizado num passar de páginas mal digeridas, num ouvir de boleros, sambas e blues malemolentes já que não há vida possível sem o requebro dos quadris.



6 comentários:

Sr do Vale disse...

Sérginho, meu camarada.
Esse texto levou-me aquele dia, a primeira vez em que fui cruzar a moçada recem conhecida de Santana, alguns dias após a primeira vez que fui ao Miatopimba.
Passamos em sua casa e depois fomos dar uns roles e encontramos com mais gente da moçada, não tinhamos um puto no bolso, mas era muito bom, o astral, que astral, gente bonita desprovida de qualquer interesse, só curtir o momento.
Fomos a casa da Sandra (acho que esse era o nome de sua namorada) que tinha um sorriso que me encantava, a qual não a esqueci. E lá ficamos trocando idéias madrugada a fora.
O mais importânte era estarmos juntos, assim como na paixão, era estar com pessoas na mesma sintonia, (e como havia pessoas assim nesta época) era só ir em umas dessas paradas (como as festas da pedra branca) que a gente cruzava muita gente bonita.
E o Mamão, esse nem se fala, quando o cara pegava o violão era pura viajem.
Saudades
Quantas saudades.

Vanuza Pantaleão disse...

Essas malvas pequenas sabem se fazer presentes, ora se sabem!
Tantos passos que damos e todos incertos, já que assim é, dancemos, cantemos:
"Um dia, ela chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar e não maldisse a vida tanto...foram para a praça e começaram a se abraçar."
No carnaval, requebremos
E se não chegar o nosso carnaval, também.
Menino bão, taí!!!Bjssss

Vanuza Pantaleão disse...

Ele foiiii..
Sob uma suave "intimação". Não, eu diria pressão, mas foi, rsrs.
Eu compreendo, afinal, não escrevo nada que preste!
Celebro tua ida, seja lá como for, mas celebro...
Um bom final de semana, amigo!!!Bjs

Vanuza Pantaleão disse...

Jurado pra morrer de amor?!

Então, Serginho, morra aqui, nos meus braços!
Fica tranquilo, meu marido não tá vendo!!!Hahahaha

Por acaso, eu já disse que te amava? Digo-te agora!

Desaniversário...ai, ai, ai

Vanuza Pantaleão disse...

É só amizade, gente?
Nada, nadinha de sexo!

Serginho é um Poema de Ser Humano...

Clareana Arôxa disse...

Li algumas coisas aqui, fui indo, indo e gostei, sabe?
Gosto desse coisa inconclusiva, que joga ideias e mais ideias todas juntas e misturadas e cabe a nós, meros leitores, irmos ao encontro delas, degustá-las e saírmos cheios de poesia.
É intenso, vivo e dá arrepio.

Um beijo!

Twittando

    follow me on Twitter