Quero crer na esquina e achá-la parecida com aquele dia só porque fui tão feliz ao vê-la sorrir ali pela primeira vez; nem era dia nem nada, nem escuro, nem claro, só uma esquina que lhe servia de moldura, cenário, fundo, partitura, uma esquina de luz incontida, um quadro de linhas em perspectiva que te levavam e traziam pela mão como se houvesse algum ponto de fuga escondido, uma vontade que resolvesse nossas ações e fizesse das suas e das nossas a pressa, a chuva fina, o tecido da bata tão fino molhado e o encanto dos bicos róseos na rosa tonalidade da esquina. Um altar que talvez reconstruído em outra dimensão só porque o tempo passou tão rápido pela esquina que não tivemos tempo de olhar o desenho que ali deixei, bobagem de quem se surpreende amando tanto mesmo que só um instante, o instante de virar a esquina e olhar-se só, muito embora no desenho um homem e uma mulher se dessem as mãos e resolvessem caminhar um pouco mais além da esquina e da possibilidade quase geométrica de sumirem um do outro.
15 comentários:
Vc. é um grande escritor, de coração doce e alma agridoce.
Sérgio...
O tempo, só tem ajudado vc.
Está escrevendo como nunca.
Vc. tem algum contrato com as palavras?????????Rsrsr.
oh serginho !...esse seu escrito me tocou fundo...
Fica a sensação dos tais hiatos que criamos entre nós e os outros. Bom mesmo é poder representar isso em palavras, tais como estão aqui agora. Provocação necessária, diria.
Abração, querido!
Olá Sérgio,
"...só porque o tempo passou tão rápido pela esquina que não tivemos tempo de olhar o desenho que ali deixei, bobagem de quem se surpreende amando tanto mesmo que só um instante, o instante de virar a esquina e olhar-se só..."
Você tem o dom de escrever. Muito bonito, profundo. Gostei muito!
Parabéns!
"embora no desenho um homem e uma mulher se dessem as mãos e resolvessem caminhar um pouco mais além da esquina e da possibilidade quase geométrica de sumirem um do outro".
Maravilhosamente em harmonia com a escrita e com a vida, a tua mensagem detona qualquer descrença no amor e no encontro...
Que dizer?
Adoro tudo que escreves!
bjusssssssss
Elivan
Sim, Sérgio, que um dia nossas esquinas se cruzem numa estação, numa cidade qualquer.
Beijão e valeu pela força, por tua presença sempre.
Bom demais, retornar e ter o espírito sacudido pelo impacto dos teus escritos...
Aproveito, para te deixar um mimo e um convite
Vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=nopUtXTtEYo
Petição
http://www.peticaopublica.com.br/?pi=P2011N9806
Participe, divulgue...agora, eles que precisam de nós.
Bj no core
.
Estou chegando das férias e já me reencontrando com você, amigo, nessas geométricas paragens da blogosfera.
Adorei, lógico!
Beijinhos
Muito lindo Sérginho!! Como sempre!
Bjs
Por motivos pessoais tenho andado um tanto afastada dos blogues, Daí a minha ausência neste espaço onde os textos primam pela qualidade.O tempo sempre passa muito rápido nas esquinas da nossa vida. Deve ser por isso que sempre ficamos com a sensação de que deixámos alguma coisa por fazer.
Obrigada pela sua visita no meu humilde cantinho. Eu sei que no Brasil o dia da criança é a 12 de Outubro desde 1924. Mas a Wikipédia diz que em 1950 "todo o mundo" festejou a 1 de Junho. E pensei que teria sido por alguma razão especial alterado nesse ano.
Um abraço
Nossa, esse menino conhece tudo!Rs. Meu marido é de Itapeva e toda a família dele. Todo ano passamos férias por lá, adorooooooo.
Amigo, um final de semana bem gostoso pr'ocê!!!
Beijos
Um momento, que apesar de fugaz, muito bem descrito.
Este texto, no seu todo, é um grande poema. Não na forma, mas no conteúdo.
Gostei. Parabéns pelo talento literário que as tuas palavras revelam.
Caro amigo Sérgio, tem um bom fim de semana.
Abraço.
Saudades de vc!
Bjsssssss
Ômopai! kkkk Falando geométricamente em baianês tá rebocado, piripicado meu compadi!
O sumir um do outro é só questão semântica na esquina do pensar numa encruzilhada no além dos quereres e ai?
Ai meu Deus do céu! kkk Tá porreta seu mini conto, é isso!
O Sibarita
Postar um comentário