domingo, 27 de setembro de 2009

Versos para o fim do mundo



(creio em ti e no fim do mundo; creio mais no frescor da sua pele e na redenção que encontro entre as suas pernas; creio nas palavras que se calam quando nos agarramos exaustos e tudo se acaba por alguns minutos)

I
Remoo versos entre os dentes
Sementes que viciam chãos
Versos que cuspo entrincheirado
Na lonjura aflita da solidão

II
Pequenas orgias mastigadas
Na estonteante vastidão das manhãs
Ninfas castas adoradas
Labiríntica Ariadne, bárbara Iansã

III
Versos que se confluem melancólicos
Que tanto cantam a loucura dos amores
Caprichosos gestos alegóricos
Versos que enraízam em vida suas dores

IV
As virgens então se contraem
Furtadas do gozo da aparição
Trespassam-se infelizes e se traem
Soltas num fim de mundo que viceja orvalho
Para muito além das trilhas e atalhos
Para muito além de qualquer conspiração.

Twittando

    follow me on Twitter